
Brasília, 11/06/2025 – O Brasil registrou, em 2024, redução de 6,33% nos homicídios dolosos em relação ao ano anterior. Foram 35.365 vítimas, frente a 37.754 em 2023. O crime de latrocínio também teve redução, de 1,65%. Ao mesmo tempo, a taxa de apreensão de drogas aumentou: a cocaína teve alta de 5,57% (cerca de 137 toneladas) e a maconha, de 9,93% (mais de 1,4 mil toneladas). No mesmo período, o investimento do Governo Federal em segurança foi de R$ 2,4 bilhões, por meio do Fundo Nacional de Segurança Pública (FNSP).
Esses são alguns dos principais destaques do Mapa da Segurança Pública 2025, divulgado, nesta quarta-feira (11), pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), com base em dados fornecidos pelos estados e pelo Distrito Federal ao Sistema Nacional de Informações de Segurança Pública (Sinesp).
Na abertura do evento, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, falou sobre a importância da transparência e da padronização dos dados, garantindo a confiabilidade das informações. Ele reafirmou o compromisso da atual gestão com a vida, os direitos humanos e uma política de segurança pública baseada em cooperação, inovação e justiça social.
“O Governo Federal reafirma seu papel como articulador, financiador e promotor de políticas públicas baseadas em evidências, contribuindo para sustentar e ampliar o ciclo de queda da violência no País”, disse Lewandowski. “A atual gestão promove uma virada de chave no modelo policial brasileiro, valorizando a proteção à vida, a legalidade das abordagens e o uso proporcional da força — pilares de uma política de segurança pública alinhada aos direitos humanos e à confiança da população nas instituições”, completou.
O secretário nacional de Segurança Pública, Mario Sarrubo, explicou que o Sinesp está em constante aperfeiçoamento e defendeu uma segurança pública com uma base de dados unificada, realmente eficiente para o cidadão brasileiro.
“O Sinesp é uma ferramenta extremamente importante, que fomenta as boas políticas públicas como um todo. Estamos trabalhando em seu aperfeiçoamento, pensando em um nível muito mais eficiente, que combata a criminalidade, mas que possa respeitar e valorizar os direitos fundamentais, com uma política de segurança pública que seja voltada para a vida, e não para a morte”, disse.
Ele complementou que a atual gestão do ministério entregará “um Sinesp renovado e um País com uma base de dados efetivamente unificada, que é o sonho do ministro, e é o sonho de cada um dos colaboradores, que a gente tenha uma Política Nacional de Segurança Pública e que ela venha também por meio da aprovação da nossa PEC”, ressaltou.
A diretora de Gestão e Integração de Informações, Vanessa Fusco, detalhou o documento. Ela ressaltou que o Mapa da Segurança Pública 2025 é um retrato do que é o fenômeno criminal no Brasil em 2024. “Essa compilação nos traz a possibilidade de fazer com que haja um direcionamento dos investimentos, para que os estados e o DF recebam o apoio no enfrentamento aos delitos que mais afligem o cidadão em cada localidade”, afirmou.
Combate à violência contra a mulher
A violência contra a mulher segue como tema central das ações do MJSP. Uma nova portaria estabeleceu que, desde 2024, 10% dos recursos do FNSP devem ser obrigatoriamente aplicados no enfrentamento à violência de gênero.
O ano de 2024 registrou:
– 2.422 homicídios de mulheres
– 1.459 feminicídios
– 71.834 casos de estupro de mulheres — média de 196 por dia
Entre as ações lançadas, estão:
– O Formulário Nacional de Avaliação de Risco (Fonar), que ajuda a identificar situações de risco para mulheres vítimas de violência doméstica
– O programa Antes que Aconteça, voltado para a prevenção e apoio à rede de atendimento
– O Programa Nacional das Salas Lilás, com diretrizes para acolhimento especializado
– Novos cadernos temáticos com protocolos e orientações para delegacias e patrulhas especializadas
O MJSP também apoia a estruturação das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams) e das Patrulhas Maria da Penha, além de reforçar o apoio à Casa da Mulher Brasileira, com recursos do FNSP. Em 2025, lançou Cadernos Temáticos de Referência para padronizar e qualificar o atendimento às mulheres e meninas em situação de violência:
– Padronização Nacional das Patrulhas Maria da Penha
– Padronização Nacional das Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher
– Protocolo Nacional de Investigação e Perícias nos Crimes de Feminicídio
Mortes por intervenção de agente do Estado
As mortes por intervenção de agentes do Estado também tiveram queda: foram 6.134 vítimas em 2024 e 6.391 em 2023, representando uma redução de 4,02%. O número também é resultado do Projeto Nacional de Qualificação de Uso da Força e do Projeto Nacional de Câmeras Corporais. O objetivo é aperfeiçoar a atuação dos profissionais da segurança pública, estabelecendo padrões nacionais e internacionais claros para que as abordagens sejam justas e seguras.
Por meio da iniciativa, o MJSP já reou R$ 65,9 milhões aos estados para estruturação e implementação de Programas de Câmeras Corporais, com a aquisição de mais de 4,7 mil câmeras. Já os investimentos no Projeto Nacional de Uso da Força ultraam os R$ 120 milhões. Para receberem os recursos, as unidades federativas se comprometeram com as diretrizes e a norma técnica do MJSP.
Pessoas desaparecidas
Em 2024, o Brasil registrou 80.333 pessoas desaparecidas, um aumento de 3,01% em relação a 2023. Por outro lado, o número de pessoas localizadas também subiu, com crescimento de 6,42% — foram 54.665 reencontros.
Para melhorar esses índices, o MJSP colocou em prática ações como:
– Parceria com a Meta para ativação do Alerta Amber nas redes sociais
– Curso de capacitação com 158 policiais civis treinados
– Coleta de DNA de familiares para o Banco Nacional de Perfis Genéticos
– Revisão e digitalização de impressões digitais
– Identificação de pessoas acolhidas em hospitais e instituições sociais
Combate a incêndios
O Programa Brasil MAIS é o maior projeto operacional de sensoriamento remoto do país para apoiar as forças de segurança. Utilizando geotecnologia e imagens de satélite de alta resolução e precisão, a ferramenta oferece uma visão detalhada e atualizada das alterações ambientais e atividades ilícitas, além de alertas automáticos para diversos crimes, como desmatamento, garimpo, incêndios e plantio de culturas ilícitas.
Com a iniciativa, foi registrado aumento de 23,41% no atendimento a incêndios em relação ao ano anterior:
– 276.127 atendimentos em 2023
– 340.761 atendimentos em 2024
Crimes patrimoniais
O mapa mostra ainda queda nos principais crimes contra o patrimônio:
– Furto de veículos: redução de 2,64%
– Roubo de veículos: redução de 6,10%
– Roubo de carga: redução de 13,61%
– Roubo a instituição financeira: redução de 22,56%