O Revalida avalia profissionais brasileiros e estrangeiros formados em Medicina fora do Brasil que querem exercer a profissão em território nacional.
A segunda fase do Revalida, que avalia profissionais formados em Medicina fora do Brasil, virou uma prova de resistência para Kelly Candido de Oliveira Pires. Egressa do curso em Pedro Juan Caballero (Paraguai), a moradora de Ponta Porã só conseguiu vaga para fazer a avaliação em Campina Grande (Paraíba), a mais de 3 mil quilômetros de distância.
“Ontem, abriu a inscrição para a segunda fase, mas eu e muitas pessoas não conseguimos nos inscrever. Eu entrei às 9h e comecei minha inscrição. Escolhi a cidade e aí caiu o sistema. Quando retornou, não conseguia iniciar novamente, dizia q o F não atendia os requisitos para inscrição”, diz a médica.
Ela ou a segunda-feira tentando se inscrever, mas só conseguiu nesta terça-feira (dia 10).
“Porém, só tinha vaga em Petrolina e Campina Grande. Tem cabimento? Eu poderia escolher fazer a prova aqui em Dourados, a 100 km de casa e foi me tirado o direito de escolha. É muito desrespeito e descaso com a gente”, reclama.
Kelly relata que procurou os canais de atendimento do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), mas não recebeu resposta. A inscrição custou R$ 4.106,09.
“Quantas injustiças nós, médicos formados no exterior, temos que ar até conseguir a revalidação do diploma médico. Tem centenas de colegas na mesma situação”.
Há quem relate que já não encontra vaga em nenhum Estado. “Eu fiquei o dia todo tentando, até 23h30 de ontem. Mas nós não conseguimos ingressar no sistema. Somos 150 médicos e era para ter vaga para todos nós, porque pagamos R$ 4.106,09. Eu não sei o que fazer”, diz médica Silvana Aparecida Rodrigues, que mora no Rio Grande do Sul e atende pelo Mais Médico.
Oficialmente, as inscrições terminam na sexta-feira (dia 13). O Revalida avalia profissionais brasileiros e estrangeiros formados em Medicina fora do Brasil que querem exercer a profissão em território nacional. O objetivo do exame é garantir a qualidade do atendimento médico prestado no país.
Composto por duas etapas (teórica e de habilidades clínicas), o exame é necessário no processo de revalidação, no Brasil, do diploma de graduação em Medicina expedido no exterior.
A reportagem pediu posicionamento do Inep, mas não recebeu resposta até a publicação da matéria.
Fonte: Campograndenews